quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A menina e os sonhos


Era mais um dia ensolarado e ela não saía de casa. Sentia como se tivesse de aproveitar cada momento precioso em sua cama, nesse fim de férias. Logo logo o tempo se apertaria com tantas responsabilidades. Sabia que não teria tempo de deleitar-se do direito de dormir até o meio dia. Então aproveitava como podia, sua cama e seu sofá. 
A menina tinha sonhos, e compartilhava-os com quem podia. Queria viajar, fazer duas faculdades, trabalhar. Por isso, enquanto podia, dormia até o meio dia. Aaaaaaaaaaah! Que preguiça, só de falar. Mas ela tinha algo mais no coração. Que nunca deixara de acreditar. Desde que a menina era menina, guardava sonhos que mesmo se todos os outros falhassem, esses ela teria de realizar.
Com o tempo foi aprendendo a botar o pé no chão, e entendeu que não adiantava procurar. O amor, ou seja lá como isso se chame fora dos contos de fada, iria chegar. Foi paciente, se apaixonou algumas vezes, algumas paixões platônicas, outras masoquistas, e embora a crença fosse diminuindo aos poucos, resolveu esperar. 
A menina sabe que príncipes só existem na idade média, em historinhas infantis, algumas adolescentes, e na Inglaterra. É o que ela sabe. E ela não espera algo que seja como essas descrições de livros românticos ou filmes, onde o mocinho é lindo, rico e etc. Com os pés no chão e o coração apaixonado, ela segue sonhando com um parceiro que seja bonito aos olhos dela, sem precisar seguir padrão; que seja  compreensivo mas que deixe claro quando achar que está certo; que a deixe ser, que ela o deixará ser, para que sejam; que faça da relação algo respeitável, saudável, e que a paixão seja alimentada todos os dias; que não haja só teoria, mas a prática. (E outras infinitas coisas que sejam sinônimos de: compreensão, respeito, carinho; companheirismo e etc.)
                                                   

Sempre que se apaixona tenta imaginar o futuro dos dois, e quando a paixão acaba ela diz a si mesma que sempre soube que não daria certo. A menina enjoa rapidamente de quase tudo. Acredita que para não perder o interesse a relação deve ser equilibrada, ninguém doar-se mais que o outro. Só tem uma ideia formada sobre infidelidade exposta, para a "traição bem feita" ainda não tem o que dizer. A menina nunca traiu, e não tem pretensão.

Ela se apaixonou de novo, e as vezes borboletas, em seu estômago, vem visitá-la. Ela aprendeu a gostar de cada traço dele. Cada gesto gentil e o jeito como ele trata ela com carinho. Ela acha que a inteligência dele supre o fato dele não saber cozinhar (homens que cozinham, para ela, tem muitos pontos positivos). Ela sente saudade dele. E ele é diferente de todos. Por que além de ele gostar dela, ela também gosta dele. E tem algumas coisas em comum. Mesmo que poucas, são mais do que jamais tivera com outra pessoa. E mesmo sem segurança alguma de que dessa vez seja ELE *-*, ela já parara um pouco de pensar que é assim que as coisas funcionam. Agora, sem ser muito moderna ou antiquada, ela equilibra seus sonhos no meio termo, como é para ser. Vive, aproveita, é prudente, e mais mulher quando o assunto é apaixonar-se. Há controvérsias, mas quem se importa?
Amanhã quem sabe não mudem de ideia? Não são assim que as coisas funcionam? Sem sentido algum, tudo passa a fazer sentido, para mim... Ou para ela. 

Um comentário:

  1. Bora divulgar mais isso, garotinha.
    Adorei o texto, :)
    Bem intimista. Tenho feito isso ultimamente, é uma terapia gostosa.
    Parabéns.

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