Ai penso "nosso beijo nem combina"
ou "olha o quanto ele transpira, nossa" ou simplesmente lembro do quanto
o sorriso dele sempre me fez refém. Eu não esqueço. E de como ele se
esforçou para me fazer rir e o quanto segurei o riso, por que não podia
demonstrar interesse. Do quanto ele fora gentil de uma maneira não
enjoativa, como os outros haviam sido para mim; e fora orgulhoso de uma
maneira não ofensiva como os outros.
E
ai lembro de como me deixei rir por seu jeito carinhoso, e como me
peguei com ciumes da sua rede social. De como eu insistia em dizer que
não podíamos nos apaixonar quando já estávamos. E que cada briguinha
besta/desnecessária só fazia mostrar-nos o quanto estávamos envolvidos e
fingir era tolice. Do quanto eu senti vontade de ligar para pedir
desculpas e paralisei diante do telefone.
Mas..
pedir desculpas pelo quê? Por ter sido sincera em dizer que não podemos
ficar juntos? Em mostrar que não havia compromisso e que éramos livres
para qualquer eventual encontro? De deixar clara a nossa diferença de
interesses. De evidenciar nossa diferença de fases? De experiencias
vividas? De como somos diferentes na maneira de encarar
responsabilidades? De como tenho pretensão de viajar o mundo e você não
se esforça para sair da cidade? Ai eu te cobro estudo, você só quer
saber de jogar. Te empresto
um livro você só quer saber de TV. E assim, eu desacredito cada vez mais
em você.
Mas lembro de seu abraço. E seu beijo que não combina com o meu.
Ouço
Chico Buarque e me lembro de você, mas você não gosta de MPB. Talvez
tenhamos que esquecer, sei lá o quê. Talvez os nossos risos e abraços, o
nosso toque e recados. O cinema juntos ou as conversas na madrugada.
Nossa manhã na biblioteca. As musicas que te fiz escutar..
É.. Terminamos assim, nosso esse texto sem um fim, sem um fim adequado.
É.. Terminamos assim, nosso esse texto sem um fim, sem um fim adequado.
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